Para os defensores dos carros a combustão, a poluição gerada por pneus em carros elétricos é sempre um dos pilares a considerar a falta pegada ecológica que envolveria este tipo de automóvel.
O tema continua recorrente, especialmente porque os pneus ainda são um dos derivados do petróleo que não sairão de cena tão cedo.
Como se sabe, os pneus são feitos de borracha natural, borracha sintética e “negro de fumo”, sendo esse um pó fino e macio derivado da queima do petróleo ou do gás natural, enxofre e outros produtos químicos.
Difícil de medir, diferente de outras fontes de poluição, as emissões provocadas por pneus sempre foram desconhecidas, mas um estudo da Universidade de Washington, em 2020, descobriu que os salmões do noroeste americano tiveram uma importante redução na população.
A pesquisa apontou que a redução se deve a um microplástico encontrado no organismo dos peixes e o mesmo é oriundo do produto químico que faz os pneus durarem mais tempo.
O estudo apontou que o pneu é responsável por 28% da poluição dos oceanos e só na Baía de São Francisco, está entre as maiores fontes contaminantes.
David Zipper, autor de um artigo na revista Atlantic, comentou que os resíduos do desgaste dos pneus não afetam apenas os animais.
Zipper disse: “As menores partículas de pneu, medidas em meros nanômetros, podem entrar em nossos pulmões e se espalhar para nossos órgãos. Vários componentes de pneus têm sido associados a condições crônicas, incluindo problemas respiratórios, danos renais, danos neurológicos e defeitos congênitos – uma preocupação particular em bairros adjacentes a rodovias, cujos moradores são de baixa renda e minorias”.
David completou: “Partículas de pneus também podem nos afetar por meio de nossos alimentos, porque seus produtos químicos podem penetrar nas algas e na grama consumida por peixes e vacas”.
No caso dos carros elétricos, o agravante é que são (bem) mais pesados que os carros comuns e isso acelera o desgaste dos pneus.
Zipper comentou que não só o peso afeta, mas o comportamento do condutor, assim como carros mais potentes permitirão uso mais intenso de aceleração, contribuindo para um desgaste prematuro.
[Fonte:The Atlantic]
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