A Saveiro Cross é uma das versões mais admiradas da picape da Volkswagen no mercado brasileiro.
Este artigo longo trata exatamente da Saveiro Cross, versão topo de linha do modelo que foi lançada em 2010 e teve duas atualizações de estilo, além de ajudar a mudar o caminho que a Saveiro estava trilhando desde sempre, como um membro da família Gol.
Completa em conteúdo e também em visual, a Saveiro Cross ainda chama atenção por onde passa e atrai mais pelo estilo.
Mesmo assim, a Saveiro Cross é uma picape leve com uma boa performance, ainda mais após a primeira atualização, quando recebeu um motor mais potente.
Antes dela, a picape teve algumas versões importantes, como as Sunset, Summer, Super Surf, Saveiro Surf e a Tropper, sem contar a série especial Crossover.
Saveiro Cross chega em 2010
A Saveiro Trooper de 2009 não era suficiente para atrair jovens e clientes que gostariam de uma picape mais elaborada e equipada.
Ainda mais porque na época existia a bem-sucedida Chevrolet Montana da geração anterior e a Fiat Strada Adventure, apesar de que a Peugeot Hoggar tentava sem sucesso entrar nesse grupo de picapes de lazer, enquanto a Ford Courier era somente para trabalho.
Assim, no ano seguinte ao lançamento da terceira geração, a Volkswagen colocou no mercado a Saveiro Cross.
A Saveiro Cross chegou na carroceria de cabine estendida em 2010. O visual era bem mais elaborado e chama realmente muito a atenção pelos elementos estéticos empregados que reforçavam a proposta de uma picape off-road.
Feita para bater de frente com a Fiat Strada Adventure, a Saveiro Cross era muito superior em estética à versão Trooper, mais rústica. Na frente, um detalhe interessante era o para-choque mais parrudo, equipado com um enorme protetor preto com entrada de ar retangular e volumosa, que tinha grade estilizada.
Essa peça, semelhante em estilo à incorporada no CrossFox, vinha com um aplique na parte superior em cinza com o nome “Saveiro Cross” em baixo relevo, enquanto a parte inferior possuía um protetor de mesma cor.
Outro item muito chamativo e realmente interessante da Saveiro Cross era o conjunto ótico auxiliar.
Fixado no para-choque emoldurado, os aparentes faróis de neblina eram na verdade de dupla função, pois na mesma lente circular, também ficavam faróis de longo alcance, os chamados “faróis de milha”.
Assim, a Volkswagen eliminou na Saveiro Cross a necessidade de incorporar mais dois faróis ao conjunto, como fez a Fiat na Strada Adventure, tornando o layout mais limpo e atraente, menos carregado e antiquado.
A grade superior era também personalizada e de cor preta, tendo grelha igualmente estilizada. Os faróis eram de dupla parábola e se harmonizavam com o conjunto.
A Saveiro Cross tinha ainda molduras nas saias de rodas e protetores laterais bem vistosos, ambos com o nome do produto: Saveiro Cross. Na base da carroceria, mais uma moldura, mas desta vez com um aplique cinza para valorizar o local.
Saveiro Cross: painel espartano no início
Por dentro, a Saveiro Cross apresentava o visual ainda espartano da nova geração, inspirado no Gol G4 da época, o que significava difusores de ar circulares e qualquer acabamento mais elaborado no painel, o que realmente não combinava com o visual exterior.
Pelo menos a instrumentação era visualmente bonita e até esportiva, com mostradores analógicos de boa grafia e com iluminação de fundo azul, contrastando muito bem com os ponteiros vermelhos. Realmente o visual era bem legal durante a noite.
O console da primeira Saveiro Cross era simples e vinha com rádio 1din com Bluetooth e USB, pelo menos.
O volante era multifuncional e o mesmo do Passat da época. Tinha ainda acabamento em couro e detalhe metalizado na parte inferior, além de comandos de mídia, telefonia e computador de bordo.
O ambiente da Saveiro Cross era ainda preenchido com bancos em couro com apliques em tecido nos assentos. Atrás, havia um espaço para pequenos objetos, mas sem assento.
O interior tinha teto e colunas claras, luzes de leitura e cintos de segurança ajustáveis, assim como a coluna de direção e o banco do motorista. Airbag duplo e freios com ABS também estavam presentes, bem como vidros elétricos, travas elétricas, chave-canivete, retrovisores com ajustes elétricos e tilt-down.
Ar-condicionado e direção hidráulica também não poderiam faltar na Saveiro Cross.
Equipada com o mesmo motor 1.6 VHC de 101 cavalos na gasolina e 104 cavalos no etanol, ambos a 5.250 rpm, bem como 15,4 e 15,6 kgfm respectivamente e obtidos em apenas 2.500 rpm, a Saveiro Cross ia de 0 a 100 km/h em 10,5 segundos.
Sua velocidade máxima era de 179 km/h, fazendo 7,3/8,5 km/l no etanol e 10,7/12,3 km/l com gasolina, na cidade e estrada.
Saveiro Cross 2013: primeira atualização
Em 2013, a Saveiro Cross recebeu seu primeiro facelift, incorporando elementos estéticos que havia sido aplicados aos Gol e Voyage da época. O diferencial estava no novo conjunto ótico de dupla parábola com fundo preto e repetidores de direção reposicionados, tendo linhas retas e aspecto mais agressivo.
A grade ficou mais personalizada e vinha com nome Cross do lado esquerdo do veículo. O para-choque da Saveiro Cross continuava volumoso e mantinha o estilo do anterior, mas era novo, incorporando faróis de neblina e milha maiores, dotados de moldura cromada, enquanto o protetor central inferior continuava cinza, porém, mais robusto.
Novas rodas de liga leve aro 15 polegadas com acabamento diamantado foram incorporadas, enquanto os retrovisores da Saveiro Cross atualizada eram de cor cinza metálico. Outra novidade era que o nome do modelo/versão agora estava presente numa faixa preta na tampa da caçamba, diferente da anterior, que vinha na base da mesma e sem faixa.
Por dentro, o painel era o mesmo, mas em dois tons de cinza. Agora o console tinha um acabamento em preto brilhante e um rádio integrado com USB, auxiliar, SD e Bluetooth, além de visualização gráfica do sensor de estacionamento.
Saveiro Cross 2015: controles de tração e estabilidade
Na linha 2015, a Saveiro Cross mantinha o mesmo visual externo, mas com uma diferença: o logotipo Cross mudou da esquerda para a direita. Isso marca o ano/modelo em que a picape inovou em relação às concorrentes.
Além de alguns itens adicionais, como retrovisor eletrocrômico, sensor de chuva e crepuscular e piloto automático, na haste dos piscas, a picape trouxe um importante conjunto.
Trata-se do controle de tração, que era naturalmente integrado ao controle eletrônico de estabilidade. Por sua vez, havia ainda o assistente de partida em rampa, que segurava os freios por três segundos, mais o bloqueio eletrônico do diferencial, o XDS, que era automático e transferia a tração de uma roda para outra em caso desta patinar.
O Locker da Fiat tinha de ser acionado manualmente e ainda tinha limite de velocidade, o que não acontecia na Saveiro Cross.
Já os conhecidos TCS e ESP foram fundamentais, visto que os 1.130 kg da Saveiro Cross eram poucos para outra grande novidade do modelo, o motor EA211 1.6 16V MSI com 110 cavalos na gasolina e 120 cavalos no etanol, ambos a 5.750 rpm.
O novo propulsor da Saveiro Cross tinha ainda 15,8 kgfm na gasolina e 16,8 kgfm no etanol, ambos a 4.000 rpm. O câmbio continuava a ser manual de cinco marchas. A maior força, no entanto, se dava em rotações mais altas que no velho 1.6 8V e a performance mudava muito pouco, indo de 0 a 100 km/h em 10 segundos e com máxima de 182 km/h.
Saveiro Cross cabine dupla em 2016
Na linha 2016, a Saveiro Cross parecia ter incorporado o lema da rival Fiat Strada, que sempre estava se renovando para atender as exigências do mercado. Esta, por sinal, já havia recebido uma versão de cabine dupla com três portas, sendo a terceira de abertura invertida.
A Volkswagen não ignorou o fato e apresentou sua picape com cabine dupla.
Os 4,511 m de comprimento foram mantidos, assim como o entre-eixos, mas incrivelmente apenas 3 kg foram adicionados ao peso total do veículo.
A capacidade de carga foi aumentada em 2 kg, entretanto. Por dentro, a Saveiro Cross ganhou um banco traseiro inteiriço com dois cintos de três pontos (o terceiro era subabdominal) e três apoios de cabeça.
Sob o banco, mantinha-se o compartimento de ferramentas. Porta-copos nas extremidades e no centro, assim como uma fonte 12V foram disponibilizados para o trio que ia atrás.
Trio? Não exatamente. Para caber três pessoas na traseira da Saveiro Cross era necessário que todos fossem bem magros e de preferência crianças, devido ao diminuto espaço para as pernas e até volume lateral.
De qualquer forma, era melhor que na Fiat Strada Cabine Dupla. Os dois bancos dianteiros ganharam um novo sistema de rebatimento para facilitar a entrada.
Saveiro Cross 2017: mudanças de rumo
Na linha 2017, a Saveiro Cross em especial, marcou uma mudança de rumo na carreira da picape leve.
Pela primeira vez, o modelo teve alterações para se distanciar dos irmãos Gol e Voyage. O motivo era que a dupla irá em breve dizer adeus, mas a comercial leve não. Assim, ela incorporou um estilo próprio, recentemente copiado pelos dois mais velhos.
A frente da Saveiro Cross ficou mais sofisticada com faróis duplos com elementos visuais que se mesclam com a nova grade, maior e mais elaborada. A alteração em seu tamanho obrigou uma elevação do capô, deixando o frontal da Saveiro mais volumoso e parrudo.
O para-choque é totalmente novo e tem spoiler prateado com faróis de neblina quadrados. A grade inferior tem design atraente.
Por dentro, o painel da Saveiro Cross mudou completamente, ganhando acabamento melhor com injeção de texturas no material do conjunto, que tem detalhes brilhantes e difusores de ar retangulares.
Novos comandos do ar-condicionado e um volante semelhante ao do Golf dão um aspecto mais premium.
O cluster tem mostradores estilizados e excelente aparência e a multimídia Discover Media vem com Google Android Auto, Apple Car Play e MirrorLink. Isso sem contar um sistema de navegação integrada e suporte de celular.
Os assentos em couro da Saveiro Cross receberam nova padronagem em dois tons e o cinto de três pontos chegou ao quinto passageiro. Indicador de pressão dos pneus e câmera de ré também fazem parte do pacote.
A performance e o consumo da Saveiro Cross atual não mudaram muito em relação ao modelo de antes do último facelift.
A picape tem sua versão topo de linha apenas com cabine dupla atualmente, sendo que a estendida não durou muito após a linha 2017. O preço atual é R$ 94.990 e não há opcionais.
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