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Maverick V8 (1973-1979): tudo sobre o antigo esportivo

super luxo

Impossível não perceber que um Maverick V8 está por perto.

O som do seu potente V8 ecoa de longe e seu visual esportivo chama a atenção de todos ao redor.

Apesar da pequena trajetória no Brasil, apenas entre 1973 e 1979, o modelo é considerado até hoje um clássico por inúmeros fãs.

Confira tudo sobre ele:

Maverick no Brasil

No começo da década de 70, a Ford decidiu realizar uma pesquisa com alguns consumidores aqui no Brasil, com quatro veículos, todos brancos e sem identificação.

Os veículos eram: Chevrolet Opala, Ford Corcel, Ford Taunus alemão e o Maverick americano. Os consumidores já demonstravam uma certa a preferência por veículos europeus (para quem não sabe, o Corcel era um projeto do Renault 12).

Ao final dessa pesquisa, o Taunus foi o escolhido, gerando alguns problemas para a Ford. Mas a Ford não desistiu e optaram pelo Maverick, já que a maioria dos componentes poderiam ser herdados do Aero-Willys, como motor e transmissão. Embora contrário à decisão do público, a Ford deciciu começar os planejamentos da fabricação.

Ocorreu uma pré-apresentação no Salão do Automóvel de São Paulo em 1972, mas o Maverick só veio ao mercado em 1973. Aconteceu também uma pré-apresentação do Maverick com motor 184, contou com a presença de 40 jornalistas, no dia 14 de maio de 1973.

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Havia uma pequena alteração no logotipo no para-lamas dianteiro: não possuía o chifre de boi na letra “V”, como nos Estados Unidos.

John Garner, gerente de marketing da Ford explicou o apelido do Fusca com teto solar no mercado (Cornowagen) fez com que o chifre não fosse usado no Brasil.

O primeiro Maverick foi apresentado na versão duas portas cupê, porém, o espaço no banco traseiro não agradou o público de imediato.

Mas a carroceria era perfeita para a versão GT, que contava com cambio de quatro marchas e alavanca no assoalho. O Maverick era revelado em três versões, Super, Super Luxo e GT com motores:

Maverick Super e Super Luxo

Motor de 3,0 litros (herdado do Aero-Willys), com potência de 112 cv e torque de 22,6 kgfm, 6 cilindros em linha e peso de aproximadamente de 1.340 kg.

Essa versão contava com suspensão dianteira independente com braços sobrepostos e molas helicoidais, traseira com eixo rígido e feixes de molas semi-elipticas.

Era oferecido também (opcionalmente) o motor V8, todos com câmbio manual de quatro marchas no assoalho ou automático de três marchas na coluna de direção.

super
Maverick Super

Maverick GT

Quatro anos antes, o Dodge Dart já se mantinha no mercado com um motor V8 de 318 cv, e o único concorrente era o Ford Galaxie, com potência mais baixa.

Então a Ford investiu em um motor V8 diferenciado para o Maverick, introduzindo o motor de 302 polegadas, potência de 199 hp (bruta) e 4.950 cilindradas cubicas, somente com câmbio manual de quatro marchas e acionamento no assoalho.

Sua aceleração de 0 à 100 km/h era feita em aproximadamente 11 segundos.

Contava com travas externas no capô, faróis auxiliares, bancos individuais com assento mais baixo, conta-giros sobrepostos à coluna de direção do volante, rodas de 14” e pneus Firestone Wide.

Aqueles que queriam mais espaço no banco traseiro tiveram que esperar cerca de cinco meses até o lançamento da versão sedã de quatro portas.

A crise do petróleo complica o Maverick

Com a crise do petróleo entre 1973 e 1974, o valor do combustível aumentou aproximadamente 400%, aumentando de 3 dólares para 12 dólares o barril.

Por isso, a Ford inseriu o motor 6 cilindros no Maverick, que ganhou a fama de “beberrão”, pois acelerava de 0 a 100 km/h em aproximadamente 20 segundos, o que pesou bastante na crise do petróleo.

Era um carro que, de acordo com os consumidores “andava como um quatro cilindros e bebia como oito”.

Após a conclusão da fábrica de Taubaté, o motor foi substituído para o notável propulsor Georgia 2.3 litros OHC com quatro cilindros em linha, comando de válvulas no cabeçote e correia dentada.

Concedeu ao Maverick um desempenho mais eficiente, permitindo aceleração melhor que o antigo 6 cilindros, alcançando aproximadamente 155 km/h, com 99 cv e torque de 16.9 kgfm.

Maverick segunda fase

Nos Estados Unidos, o Maverick já estava aposentado desde 1977, mas a Ford apresentava a segunda fase do Maverick no Brasil. Alterações estéticas, novo interior, nova grade dianteira e novas lanternas traseiras.

Ganhou também modificações mecânicas como sistema de freios, eixo traseiro com bitola mais larga e suspensão revista.

Foi nesse mesmo ano que veio a versão LDO, versão mais cara do Maverick, contando com um acabamento mais refinado e interior monocromático. Para essa versão, um equipamento opcional foi oferecido, como câmbio automático de 4 marchas com acionamento no assoalho, exclusivo para o Maverick LDO.

As demais versões continuaram sendo produzidas com motor 2.3 OHC de série.

O Maverick GT recebeu modificações mais severas. Recebeu o capô do Grabber americano de 1971, ganhando duas entradas de ar, sem travas externas e passou a ser oferecido com motor 2.3 OHC e o motor 302-V8 era opcional para todos os modelos.

A Ford também apresentou em 1978 o Corcel II, disponível com motor 1.6 litros e cambio de cinco marchas, logo caindo na graça do consumidor brasileiro.

corcel II 1

O fim do Maverick

A produção foi encerrada em abril de 1979, com aproximadamente 10.537 unidades fabricadas do Maverick GT, 85.654 de modelos cupês e 11.879 dos modelos com quatro portas.

Desde então, a Ford nunca mais apresentou um esportivo de motor V8 no mercado brasileiro, fora o Mustang importado que temos agora. Nestes anos desde o seu lançamento, restou uma grande saudade aos admiradores da versão 302 V8 GT.

Em uma busca rápida pelo Google, podemos perceber que os modelos são disputados no mercado de carros antigos, com preços bem altos.

Maverick versão perua

A GM oferecia em 1974 a Caravan, e a única perua da Ford no Brasil era a Belina. Para atender à demanda, a empresa Souza Ramos fabricou sua própria perua Maverick, lançada em 1978.

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A traseira era fabricada pela Sul Americana, especializada em carrocerias de ambulâncias, viaturas e ônibus.

Modelos como Super e Super Luxo com motores de quatro e oito cilindros eram usados, mas sempre com cinco portas. O banco traseiro podia ser abaixado para maior espaço para bagagem.

O bocal do tanque na perua foi deslocado para a lateral direita. Estima-se que a quantidade produzida seja de apenas 150 unidades, porém, não há dados oficiais do fabricante.

O Maverick nas pistas…

Nas pistas o Maverick se deu bem. Logo na estreia, o Maverick venceu as 25 Horas de Interlagos em 1973.

Representada pela Greco Competições, a Ford mantinha uma equipe liderada por Luiz Antonio Greco. O motor 302 V8 recebeu cabeçotes Gurney-Weslake e comandos de válvulas “bravos”.

Usava quatro carburadores Weber 48 IDA, com aspiração máxima de 2.440 cfm. Resultado disso tudo? 450 cv à 5.800 RPM, levando o Maverick a 240 km/h.

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A GM passava a oferecer o motor 250-S para o Opala, que estava muito mais rápido que o Maverick.

Logo, a Ford convocou o Conselho Técnico Desportivo Nacional e nasceu o famoso Quadrijet, com carburador Motorcraft Bijet e admissão Edelbrock.

O comando de válvulas passou a ser Iskenderain com 270 graus, permitindo um bom desempenho sem perder a dirigibilidade.

Sua potência era de aproximadamente 257 cv brutos, torque de 41,6 kgfm. Novamente venceu na estreia nas 12 Horas de Goiânia, prova que inaugurou a categoria Turismo.

O Quadrijet foi aposentado em 1976 por conta da norma técnica internacional Turismo de Série Grupo 1.

…e nas telas

The Boys Next Door, 1985 – Maverick cupê brasileiro

Freaks and Geek (seriado) – Maverick verde “surrado”

Fear and Loathing in Las Vegas – Maverick cupê azul claro

TV CHIPs (seriado) – Cupê alaranjando com para-choques volumosos.

The Gumball Rally – Nas cores da bandeira americana, modelo cupê.

2 Filhos de Francisco – Maverick cupê branco.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do PG jogos, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência escrevendo sobre o mercado automotivo no PG jogos, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.

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