Em 1973, era lançado no Brasil o novo Ford Maverick, modelo com linhas modernas e esportivas.
O Maverick tinha sido lançado nos EUA em 1969, ou seja, ainda era relativamente novo a nível mundial, e no Brasil, era a aposta da Ford para brigar com o Chevrolet Opala.
Isso acontecia porque seu porte era alinhado com o tamanho do modelo da GM do que com os Dodge Dart e Dodge Charger, que brigavam mais diretamente com o Galaxie e o Landau.
A chegada do Maverick no Brasil
O Maverick tinha sido lançado nos EUA com linhas inspiradas no seu grande sucesso, o Mustang.
Mas o Maverick tinha preço bem mais baixo e manutenção mais fácil, para atingir um novo segmento do mercado.
Como muitos e muitos testes já tinham sido feitos lá nos EUA, o lançamento do Maverick por aqui foi bem mais fácil e rápido.
O tempo de adaptação do carro em nossas terras foi reduzido, e componentes já existentes foram usados, tendo por exemplo peças da suspensão dianteira vindas do Mustang e o eixo traseiro do Galaxie.
Leia também nossa matéria completa sobre toda a história do Maverick antigo no Brasil.
As opções iniciais
No início de suas vendas, no meio do ano de 1973, estavam disponíveis apenas os motores de seis e oito cilindros, com carroceria de duas portas, do tipo fastback, e versões luxo, super luxo e GT.
O motor de seis cilindros vinha do Itamaraty, e com o tempo acabou tendo uma fama muito ruim, de andar igual o quatro cilindros e beber igual o de oito, ou seja, as melhores opções eram os outros dois motores.
A Ford até tinha um motor melhor e mais moderno do que esse seis cilindros, o 2.3 de quatro cilindros, mas ela não deixou sua fábrica de motores pronta a tempo, então essa opção só apareceu dois anos depois.
O interior
Nos EUA, o Maverick era vendido como um carro para transportar apenas quatro pessoas, mas por aqui, aceitava cinco, mesmo tendo um banco traseiro muito pequeno para isso.
Para se ter uma idéia, o banco traseiro do Opala tinha 1,26 metro, e o do Maverick, apenas 1,17 metro, bem mais apertado.
O modelo de quatro portas que chegou depois de alguns meses, melhorava um pouco essa situação, pois tinha um entre-eixos maior, de 2,79 metros contra 2,61 metros do cupê.
Os motores do Maverick
O motor de seis cilindros que mencionamos brevemente, era idêntico ao do Itamaraty, com 3.0 litros e câmbio de quatro marchas.
Só que a potência SAE era de apenas 110 cavalos, com um torque de 23 kgfm. Ou seja, fraco para um carro do porte e também do preço do Maverick na época.
Até que o motor do Itamaraty chegou a ser aperfeiçoado pela Ford, mas apenas no que se refere à durabilidade e redução de consumo de combustível, não para que ele ficasse mais forte.
É até o contrário, pois em 1968, quando a Ford assumiu o controle da Willys, o motor do Itamaraty entregava 130 cavalos, chegando algum tempo depois a 140 cavalos.
Ele na verdade ficou mais fraco no Maverick, por causa do carburador simples (contra duplo do Itamaraty) e também por ter taxa de compressão reduzida.
E o consumo era bem alto, chegando a ser o mesmo consumo que o motor V8 apresentava andando a 80 km/h constantes, de cerca de 8,9 km/l.
Já o Maverick V8, com motor 5.0 de 197 cavalos SAE, junto com torque de 39,5 kgfm, era um outro mundo.
Se trata do famoso motor 302, que depois foi adotado também pelo Landau, motor esse que entrega um ótimo desempenho até neste irmão maior. Imagine então no Maverick!
A relação de marchas não ajudava muito para entregar acelerações ainda melhores, que ficavam na casa dos 11,7 segundos para o 0-100.
Uma opção que inicialmente é vista como a mais sem graça era a do motor 2.3 OHC Georgia, um quatro cilindros que não combinava muito com o porte atlético do Maverick.
Mas apesar de ser pequeno, ele dava ao carro da Ford um desempenho satisfatório, melhor que com o motor de seis cilindros, acelerando de 0-100 em cerca de 15 segundos.
A potência era um pouco menor, 99 cavalos SAE, com 16,5 kgfm de torque.
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