Por cerca de duas décadas a Ford Belina foi uma das peruas mais admiradas do mercado brasileiro.
O segredo do seu sucesso? Boa plataforma e versões para todos os gostos e bolsos.
Vamos então falar das versões mais conhecidas e da história da Ford Belina.
Leia aqui:
Ford Belina 1
Notando o enorme sucesso que o Ford Corcel 1 estava fazendo, a Ford decidiu que iria investir mais na linha e iria expandir a família com uma perua chamada Belina.
O projeto que nasceu em conjunto com a Renault resultou inicialmente no Corcel de quatro portas e posteriormente no cupê, e então ganhou um novo membro em março de 1970, a Belina, uma perua com vocação familiar e espaço de sobra para os padrões da época.
A Ford Belina tinha um excelente espaço interno e conforto de carro de categoria superior, apesar do modelo ser oferecido apenas com três portas (nunca chegou a ter cinco portas).
O motor no começo era o mesmo do Corcel, o 1.3 litro de 68 cavalos.
Esse motor com certeza era pouco considerando-se o peso total de uma Belina carregada com cinco pessoas mais bagagem.
Mas fora esse pequeno percalço, a Ford Belina alinhava conforto ao rodar, silêncio a bordo e uma boa autonomia com um tanque de combustível, que tinha sido aumentado de 51 litros no Corcel para 63 litros na Belina.
Versão luxuosa em 1972
Para 1972 a Belina ganhava uma versão de luxo, chamada Luxo Especial, que vinha com mais equipamentos de série e apliques que imitavam painéis de madeira nas laterais, assim como eram vistos nas peruas norte americanas da Ford.
Havia também pneus de faixa branca e calotas cromadas, para reforçar mais ainda o visual requintado da Belina Luxo Especial.
Do Corcel GT vinha o painel, que recebia rádio, luzes de cortesia e para-brisa com desembaçador, lavador e limpador e também o enorme volante que vinha do Aero Willys.
O tapete era do tipo buclê e ainda existia a opção de bancos inteiriços na dianteira – que também eram chamados de namoradeira.
A suspensão da Belina era do tipo independente, por braços sobrepostos à frente e do tipo eixo rígido na parte traseira. Os freios eram a disco na dianteira e a tambor na traseira.
O fraco motor penava para carregar mesmo seus 994 kg quando vazia. Mas como potência não era seu forte, conforto e espaço no porta malas eram itens que não decepcionavam.
O espaço interno da Belina levava sem aperto cinco pessoas e o porta malas ainda tinha 855 litros de capacidade que poderiam chegar a 1.680 litros com os bancos traseiros rebatidos.
Como já falado anteriormente, o tanque de combustível era 12 litros maior que do no Corcel, o que dava uma ainda maior percepção de economia rodando com a Belina.
Ela sem dúvida tinha a economia de combustível como um de seus maiores trunfos. Antes de mudar geração em 1978 ela apresentou algumas pequenas modificações na parte estética e mecânica.
Motor 1.4 e versão LDO
Uma das novidades nos anos seguintes ficava por conta do novo motor 1.4 litro de 75 cavalos e 11,6 kgfm de torque, e novas lanternas traseiras, junto com pequenos ajustes no interior.
Em 1975 uma nova versão de luxo foi ofertada, a Belina LDO – Luxury Decor Option – que seguia os mesmos padrões de acabamento e nomenclaturas utilizadas nos modelos à venda na terra do Tio Sam.
Ford Belina 2
A segunda geração foi apresentada no final de 1977 e acompanhava todas as modificações que o Corcel 2recebeu.
Seu estilo geral estava mais quadrado, como mandava o figurino. A área envidraçada estava maior e muito mais espaçosa do que antes.
Segundo revistas especializadas da época, a Belina 2 parecia até um carro de categoria superior, devido a suas proporções novas.
O porta malas agora carregava 768 litros, cerca de 6 litros a menos que a maior rival, a Chevrolet Caravan, e 87 litros menor que a primeira geração.
A perua estava mais segura, contava com novos reforços estruturais e sua lista de opcionais seguia maior.
Agora ela poderia vir com para brisas laminado – que não se estilhaça quando quebrado – pneus radiais e coluna de direção retrátil.
E por falar no interior da Belina, agora ele estava mais elegante e contava com elementos mais retangulares e um desenho mais moderno.
Versões e evolução
As versões da Belina 2 eram apenas duas, a de entrada L e a topo de linha LDO.
Mesmo na versão de entrada o acabamento da Belina era caprichado e não faltavam equipamentos básicos.
Para 1978 a linha Belina 2 ganhava pequenas atualizações de estilo e no pacote de equipamentos, o que a tornava ainda líder de mercado, o que não durou muito, pois no início dos anos 80 a Volkswagen Parati conseguiu ultrapassar as vendas da Belina 2.
Em 1979 a Belina 2 ganhava um novo motor 1.6 litro de 73 cavalos e 11,9 kgfm de torque. Outra novidade para a linha 1979 era a opção de câmbio manual de 5 velocidades.
A partir de 1980 a Belina passou a ser oferecida apenas com motor 1.6.
Del Rey Scala
Para tentar bater a rival da VW, a Ford apresenta na linha 1983 a Del Rey Scala, que é popularmente conhecida como Belina Del Rey ou Belina Scala.
Se tratava de uma opção superior de acabamento para a perua.
Ela trazia o mesmo luxo e conforto que era encontrado na linha Del Rey, como bancos com revestimento em veludo, painel de instrumentos completo, relógio digital, ar-condicionado, controle elétrico dos vidros e travas elétricas.
No exterior, os mesmos faróis do sedan Del Rey e novas lanternas que agora estavam ligeiramente maiores.
Um pequeno facelift foi feito na linha 1985, não só da Belina mas da linha toda, incluindo Corcel e Del Rey.
Isso resultou em boas vendas, mas a perua já estava caminhando para seu derradeiro fim. Antes disso a Ford promoveu uma nova versão da Belina que se tornou famosa e ajudou nas vendas por um tempo.
Ford Belina 4×4
Antes de sair de linha em 1991, a Ford apostou em mais uma versão que se estendeu para a versão picape da linha Corcel – a Pampa. Era a versão 4×4, que até o momento do seu lançamento era praticamente algo exclusivo da perua e garantiu uma sobrevida ao modelo.
O problema foi que por ser algo relativamente novo e ainda não usado em carros de passeio, o sistema teve inúmeros problemas de peças e de durabilidade e acabou por ser encerrado o projeto da Belina 4×4 em 1987.
Nos últimos quatro anos restantes, ela se desmembrou do Corcel, que acabou em julho de 1986, com mais de 1,4 milhão de carros produzidos.
Então a Belina começou a se integrar na linha Del Rey, mas basicamente ainda era o mesmo carro, só que com outra frente, pois a carroceria era ainda a mesma que fora lançada em 1978.
A perua era chamada de Belina nas versões mais simples L e GL, e de Del Rey Scala nas versões mais luxuosas GLX e Ghia.
A perua resistiu como perua do Del Rey até 1991 quando a Ford trocou o projeto que nasceu da colaboração entre Ford e Renault para um projeto fruto da Autolatina, a Ford Royale, que nada mais era um Volkswagen Santana Quantum com duas portas e com o logo Ford.
Séries especiais da Belina
Ao longo dos seus 20 anos de produção ela teve várias séries especiais, e por isso vamos destacar 3 delas que são as mais interessantes:
Belina Cinco Estrelas
Foi lançada em 1982, quando já estava na sua segunda geração. O pacote vinha com novas rodas esportivas, pintura em tom dourado metálico – havia ainda a opção por três outras cores – um relógio digital no painel de instrumentos e conta-giros de série.
A série aparecia novamente em 1984, com um novo tom cinza metálico exclusivo, faixas laterais, as mesmas rodas e um bagageiro exclusivo para a Belina.
Belina Astro
Para 1985, a Ford apresentava uma nova versão (baseada na L) que trazia novas faixas laterais, um relógio digital, calotas com desenho exclusivo e bancos com um revestimento idêntico ao do Ford Escort XR3. As cores poderiam ser prata ou dourado. Veja fotos.
Belina Série Especial
Com produção limitada a 1800 unidades, essa versão apresentada em 1988 trazia bagageiro no teto com acabamento preto, para choques pretos com borracha protetora, rodas e calotas do modelo GLX, relógio digital e luzes de leitura no teto.
Ficha Técnica
Ford Belina Luxo 1971
Motor: longitudinal, 4 cilindros em linha, 1.289 cm³, comando de válvulas simples no bloco, carburador de corpo simples; 68cv a 5.200 rpm; 10,4 kgfm a 3.200 rpm
Câmbio: manual de 4 marchas, tração dianteira
Dimensões: comprimento, 447 cm; largura, 160 cm; altura, 145 cm;
entre eixos, 243 cm; peso, 994 kg
Pneus: 6.45-13
Ford Belina II 1985
Motor | longitudinal, 4 cilindros em linha, 1 555 cm3, carburador de corpo duplo |
Diâmetro x curso | 76,9 x 83,5 mm |
Taxa de compressão | 12.1:1 |
Potência | 73 cavalos a 5 200 rpm |
Torque | 11,9 kgfm a 3 600 rpm |
Câmbio | manual de 5 marchas, tração dianteira |
Dimensões | comprimento, 452 cm; largura, 166 cm; altura, 135 cm; entre eixos, 243,8 cm |
Peso | 1046 kg |
Suspensão dianteira | independente, braços triangulares inferiores e superiores simples, molas helicoidais. |
Suspensão traseira | Eixo rígido, barra estabilizadora, molas helicoidais |
Freios | Disco nas rodas dianteiras e tambor nas traseiras, com Servo freio |
Pneus | 185/70 SR 13 radiais |
Ford Belina II 4×4
Motor | longitudinal, 4 cilindros em linha, 2 válvulas por cilindro, comando de válvulas simples no bloco, carburador de corpo duplo |
Cilindrada | 1 555 cm³ |
Potência | 71,6 cavalos a 5 200 rpm |
Torque | 11,9 kgfm a 2 400 rpm |
Câmbio | manual de 4 marchas, tração nas 4 rodas |
Dimensões | comprimento, 452 cm; largura, 165,9 cm; altura, 135,1 cm; entre eixos, 243,8 cm |
Peso | 1 094 kg |
Pneus | 175 SR 13, radiais |
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