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Corcel GT: versão que era considerada como esportiva

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Muito antes do Escort XR3, a Ford teve um carro que, em seu tempo e categoria, foi considerado esportivo, o Corcel GT. O modelo foi a versão de performance do novo sedã médio da marca americana no Brasil, que havia chegado em 1968.

Sendo o primeiro esportivo da Ford no Brasil e um dos mais emblemáticos de sua época, o Corcel GT mostrou que era possível obter um rendimento diferenciado para um carro tradicionalmente familiar.

Nascido em 1968, o produto só veio a existir por conta da segunda variante de carroceria do chamado Projeto M da Ford, que havia surgido com o Corcel 1 em formato sedã.

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Com o cupê, que tinha duas portas e linhas um pouco diferentes, o Corcel GT apareceu para atrair um público jovem do fim dos anos 60, ajudando na criação de uma família popular na Ford.

Além do GT e do cupê, surgiria em 1970 a perua Belina, que assim completaria a gama. O Corcel GT se aproveitou ainda da experiência da Willys-Overland em carros esportivos e de competição.

Essa empresa americana havia sido uma gigante no país e fora encampada pela Ford em 1967, fundindo-se várias áreas, especialmente a de performance.

Corcel GT

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Em fins de 1968, no Salão do Automóvel, a Ford lançou o Corcel GT, uma versão esportiva do Corcel, que havia acabado de chegar. O modelo se apresentava em carroceria cupê com visual personalizado e mecânica modificada.

O modelo tinha linhas elegantes, mas com os detalhes exclusivos, ganhava uma cara bem interessante, jovial para a época. Visualmente, o Corcel GT tinha frente com faróis circulares simples e grade cromada com frisos horizontais, tal como no Corcel GT de luxo.

Naquela época, a Ford não fixava seu logotipo histórico no frontal dos carros e por isso o cupê teve que ostentar o nome da marca apenas e na lateral esquerda do capô.

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Na parte central do mesmo, havia um logotipo igualmente cromado “GT”. O capô chama atenção ainda por dispor de faixa preta decorativa, que descia pelos frisos da grade, estreitando desde próxima do para-brisa até rente ao para-choque.

Este era laminado e tinha dois batentes emborrachados de proteção, assim como ostentava dois faróis de milha. Naquela época e muito depois, esportivo “raiz” tinha de ter faroletes posicionados assim.

O Corcel GT tinha pouca lateria abaixo do para-choque, expondo bem a parte inferior do motor, devidamente protegida com uma chapa na altura do cárter.

As rodas de aço estampado com calotas centrais cromadas se harmonizavam com o cupê da Ford, que tinha ainda faixas pretas nas laterais para compor o visual.

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Além disso, o Corcel GT tinha maçanetas e retrovisores cromados. Porém, seu diferencial estético de maior destaque era o teto em vinil com logotipo GT cromado nas largas colunas C.

O esportivo brasileiro ainda contava com um friso preto próximo da linha de cintura e tampa com nomes Corcel e o Ford na traseira. Os pneus tinham faixa branca e eram diagonais 5.45 R13.

Já a parte central do conjunto, traseira lanternas retangulares num fundo preto, onde havia a placa e o bocal do tanque atrás dela. Havia apliques metálicos nas laterais e para-choque laminado com dois batentes.

Por dentro, o Corcel GT tinha painel mais completo que nas demais versões, adicionando ao velocímetro, nível de combustível e temperatura da água, o necessário conta-giros, assim como também voltímetro e manômetro do óleo.

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Estes itens ficavam na parte central, com apenas os dois mostradores maiores atrás da direção. Aliás, o volante do esportivo era condizente, tendo três raios em aço inox e logotipo alusivo à competição.

O Corcel GT podia ter ainda cintos de segurança, ventilação com duas velocidades, chave no bocal do tanque e luzes de cortesia nas portas, além das faixas dos pneus.

Em 1971, a Ford decidiu colocar mais emoção ao estilo do Corcel GT, que passou a adotar uma abertura de are no capô, tal como os grandes esportivos V8 americanos.

A grade passou de cromo para preto e ainda teve os faróis de milha incorporados ao conjunto, ficando mais próximos dos faróis, que se mantinham circulares.

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Atrás, a atualização da linha 71 trazia quatro lanternas quadradas no lugar das antigas retangulares. No ano seguinte, o Corcel GT ganhou o capô todo preto, assim como novas faixas decorativas pretas.

A grade preta ganhava contornos cromados e o logotipo GT se posicionou ao centro do conjunto. Os retrovisores passaram a ser pretos também.

Com o Corcel GT XP, que tinha potência maior, o esportivo agregava também rodas de magnésio de três raios e fundo preto, diferenciando-se.

Corcel GT – atualização em 1973

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Em 1973, a Ford promoveu a maior atualização visual da primeira geração do Corcel, fazendo assim com que o GT ganhasse capô rebaixado com molduras quadradas para os faróis, destacando-os mais.

Além disso, a grade preta ficava menor e retangular, ganhando contornos cromados e incorporando faróis de milha retangulares. O para-choque laminado permanecia o mesmo.

O capô perdia a entrada de ar superior, mas ganhava duas faixas decorativas pretas e largas. O teto de vinil saía de cena, mas os frisos das janelas passavam a ser pretos.

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Novas faixas laterais nasciam de uma curva em “L” com as letras “GT” na frente e ia até atrás. A traseira ganhara novas lanternas com luzes de ré e a placa descia para baixo do para-choque laminado com seus dois batentes.

O conjunto continuava preto na parte central, com as lentes cromadas em volta. Por dentro, o Corcel GT ganhou novo painel, passando a ter console central com os instrumentos auxiliares incorporados.

O volante esportivo se mantinha o mesmo, assim como a alavanca de câmbio. Na linha 75, o modelo ganha faixas laterais mais simples e as colunas B ganham cor da carroceria.

Corcel GT – motor

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O Corcel GT surgiu com um motor 1.3 de origem Renault e este tinha uma preparação diferenciada em relação às demais versões. O pequeno quatro cilindros com comando no bloco acionado por corrente, tinha cabeçote rebaixado.

Além disso, oferecia ainda carburação dupla, comando de válvulas exclusivo, válvulas maiores e coletores de admissão e escape modificados.

Com isso, o 1.3 entregava 80 cavalos brutos a 5.200 rpm e 10,6 kgfm a 4.000 rpm, que permitiam ao esportivo um desempenho melhor, alcançando quase 140 km/h. Seu câmbio era manual de quatro marchas.

Corcel GT XP

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Em 1972, a Ford acrescenta mais força ao Corcel GT com a versão XP – que significava “eXtra Performance” – com o novo motor 1.4 (1.372 cm3), que oferecia 85 cavalos a 5.400 rpm e 11,6 kgfm a 3.600 rpm.

Com isso, o esportivo da Ford ia de 0 a 100 km/h em 16,6 segundos (melhor que os mais de 17 segundos do 1.3 de 80 cavalos) e tinha final de 144 km/h.

Segunda geração em 1977

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Em 1977, a Ford traz a segunda geração do seu modelo médio, chamado de Corcel 2. Com ele continua a versão GT, que agora tinha um visual bem diferente.

Maior e mais largo que a geração anterior, o Corcel GT tinha grade dianteira preta com molduras de mesma cor, envolvendo faróis e piscas. Capô e a parte das colunas eram em cor preta exclusiva.

O para-choque laminado com partes em preto e dois batentes sustentava os faróis de milha, agora abaixo. Uma faixa vermelha contornava a frente do carro e laterais, subindo pelas colunas C.

As rodas de magnésio eram pretas e tinham as talas diamantadas, enquanto os pneus ostentavam a marca do fabricante em cor branca. Atrás, a moldura preta (com a placa novamente elevada) ficava entre duas grandes lanternas retangulares.

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Um friso vermelho contornava o conjunto, enquanto as janelas tinha molduras pretas. O interior contava com volante esportivo metalizado de três raios e instrumentação adicional no console central, além de conta-giros central.

O motor continua o 1.4 de antes, mas com apenas 72 cavalos e 11,5 kgfm. Perdera muito em performance. Em 1979, o motor 1.6 chegou modificado e com 90 cavalos a 5.600 rpm, bem como 13 kgfm a 4.000 rpm.

Agora com cinco marchas, o Corcel GT finalmente podia andar, indo de 0 a 100 km/h em pouco menos de 16 segundos e com mais de 150 km/h de máxima.

Na linha 80, o Corcel GT ganhou frente totalmente preta, assim como o contorno entre as janelas. As laterais também tinham a base preta, assim como a traseira. O interior permanecia o mesmo. O esportivo saindo de linha em 1981.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Técnico mecânico, formado há 27 anos. Há 16 anos trabalha como jornalista no PG jogos, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X

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