Os carros elétricos vão avançando nos principais mercados do mundo, como EUA, Europa, Coreia do Sul e Japão, ainda que este último esteja indo mais pelo caminho da hibridização.
De qualquer forma, estas regiões ricas do mundo já não suportavam tantos carros a combustão nas últimas décadas, mas agora com a eletrificação, o mercado de usados comuns acelerou o processo de desova.
Reciclagem? Nada disso. A exportação de carros usados nunca esteve tão em alta no mundo e os destinos continuam variados, com a Rússia sendo a adição mais importante no último ano, devido à invasão da Ucrânia.
Isso significa que o esforço para encher ruas e estradas dos EUA, Europa, Coreia e Japão com carros elétricos de modo a combater a poluição acaba sendo apenas para inglês ver, pois, países como o Benin, na África, recebem milhões de carros usados anualmente.
Apenas na África Ocidental, chegam anualmente milhares de carros usados provenientes dos EUA, em especial no Benin, já que os veículos americanos são mais baratos que os de outras origens.
O movimento é grande porque as famílias locais estão crescendo e necessitam de carros usados para se locomover, porém, são os carros que não possuem mais lugar na “América”.
Entre 2015 e 2019, houve um aumento de quase 20% na exportação mundial de carros usados, com 4,8 milhões anualmente.
A pandemia derrubou um pouco as exportações, mas como dissemos, Rússia e os carros elétricos reaqueceram a economia em torno dos carros de segunda mão.
Muitos deles chegam até novos ao Benin, onde são vendidos em dólar, como um Ford Escape 2008 com 378 mil km rodados e tudo feito em concessionária, com preço de US$ 4.000.
Dmitriy Shibarshin, diretor de marketing da West Coast Shipping, empresa especializada em remessa de carros usados, comenta: “Muitos deles serão Hyundais, Toyotas e sedãs de dois a cinco anos”.
Ele também fala que parte dos carros são recuperados ou apresentam pequenas avarias, coisas que os seguros e as lojas já não querem cobrir.
Ainda que sejam considerados por muitos como inseguros e poluidores, estes carros, alguns com mais de 20 anos, chegam ao Benin como uma alternativa barata para consumidores de baixa renda.
Todavia, imaginar que a África Ocidental fechou olhos para todas as velharias enviadas dos EUA é um engano completo, ou pelo menos parece.
Em 2020, 14 países da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, concordaram em limitar em 10 anos, a idade dos carros usados importados e somente com certo limite de emissão de CO2.
Não se sabe se e quando de fato isso será aplicado, mas trata-se de uma resposta africana para o ponto principal: não importa se é nos EUA, Europa, Japão, Coreia, Benin, Nigéria ou Gana, os impactos globais das mudanças climáticas afetarão todos.
[Fonte:CNN]
Acesse o nosso exclusivo Canal do Telegram!